terça-feira, setembro 11, 2007

Incentivos fiscais para o Interior também beneficiam Viana do Castelo

Reconheço que quando ouvi a medida pela primeira vez, não queria acreditar que mais uma vez Viana seria votada ao esquecimento.
Porém, em boa hora, foi anunciado que para além do Interior também noutros locais, entre eles Viana, teriam acesso aos mesmos benefícios.
E é de tal maneira positiva, quer pelas dinâmicas que forçosamente criará numa terra que tradicionalmente morre de marasmo, quer pelas infraestruturas que terão de avançar mais cedo que pensado (ligação a Valença por uma alternativa à A3; melhoria considerável da linha ferroviária e do porto de mar), ou correr-se-à o risco da medida pouco ou nada servir. Senão vejamos: De que serve dizer a uma empresa que se pode instalar numa região, pelo facto de ter um beneficio no IRC de 15%, quando ao nível logístico a sua situação vai ser péssima? Qual a razão de se instalar uma PME numa região onde cada vez mais se preveligia a proliferação dos projectos megalómanos de um comércio impessoal e de massas, sem qualquer critério de qualidade e estratégia de sustentabilidade?
De facto, a medida é extremamente positiva, porém deverão os responsáveis da região começar a arregaçar as mangas, porque já se perdeu tempo demasiado...

sexta-feira, setembro 07, 2007

Dia D para Viana do Castelo

Começa hoje o encontro de 2 dias dos ministros dos negócios estrangeiros dos 27.

Oportunidade para mostrar uma das cidades que Portugal se pode orgulhar, pela sua beleza natural e de, todo um património cultural, que embora não seja tão bem tratado como merecia, vai resistindo ao passar dos tempos, tendo ainda um potencial enorme por explorar.

Isto tudo para dizer que, com o acontecimento de ontem, que lamento informar quem tem outros objectivos, não é de forma alguma vulgar nesta cidade pacata, onde ainda se pode passear à noite (sem polícia, também é verdade), mas sem ter o mínimo problema.

No entanto, as peças que estavam expostas no museu do ouro enchiam de orgulho qualquer vianense, até por representar algo pela qual Viana também é conhecida lá fora ( o seu ouro, e as histórias a ele ligadas), coisa que o museu municipal não faz. As peças de cerâmica que lá estão expostas nem sequer uma legenda têm, imaginem! E está exactamente igual há 30 anos...

O que é triste, como já disse anteriormente, é que se faça o aproveitamento político do facto, quando muitas das pessoas que criticam são elas próprias culpadas de situações como esta, que se começam a verificar neste país de criminosos, pacato e onde aparentemente não se passou nada até há uma semana atrás.

Se pensarmos um pouco mais não são os nossos filhos obrigados a crescer ao lado de pessoas que se gabam à força toda que "lixam o governo", ao não pagar impostos, e entram em esquemas do arco da velha, porque pensam que apenas estão a ROUBAR uma figura distante e convenientemente detestável como "O GOVERNO"? Essas pessoas estão a ROUBAR é o ESTADO! E o ESTADO somos todos nós. Essas pessoas vêm-nos directamente ao bolso (aos que pagamos impostos) e ainda nos cospem na cara!

Aos hipócritas que não pensam que estes criminosos não andam impunemente por aí há demasiados anos, e que são menos criminosos que aqueles que roubam bancos e ourivesarias os meus respeitos pela desonestidade mental.

Poderá alguém contra-argumentar que num caso houve feridos ou mortos e noutro não. É um facto. Pelo menos directamente, mas se pensarmos naquelas pessoas que deixam de ter os cuidados hospitalares, ou os medicamentos ao que teriam direito se não fossem só um punhado a contribuir para isso através dos impostos, temos um crime ainda com consequências mais devastadoras.

Os nossos filhos crescem ao lado dessas pessoas, como disse, e recebem subliminarmente mensagens que talvez isso não seja grave, e que neste sentimento de impunidade também talvez possam entrar outras situações de gravidade igual ou maior, precisamente porque a culpa não é nossa, mas do "GOVERNO" ou "DOS OUTROS".

quarta-feira, setembro 05, 2007

Reunião dos ministros da união europeia em Viana do Castelo

Nos próximos dias 7 e 8 de Setembro irá realizar-se nesta bela cidade uma reunião importantíssima dos ministros dos negócios estrangeiros dos 27, onde dizem que se preparará o tratado tão desejado para a união europeia.
É sem dúvida um grande acontecimento para a cidade, quer da forma imediata (com mais algumas centenas de "turistas", numa altura onde tradicionalmente já não acontece nada de relevante até ao próximo 15 de Julho, altura em que regressam de novo os emigrantes), quer de forma mais duradoura, uma vez que todo acontecimento em si vai ser acompanhado por muitos países da Europa e não só.

Porém, existe um certo modo de pensar neste norte de Portugal, mais concretamente no Minho, e ainda mais em Viana do Castelo, que é de fazer notar:
  1. Os pontos da cidade por onde vai passar a "procissão" ficaram todos de cara lavada. Prédios pintados (alguns a cair por dentro); fios de telefone todos escondidos; a calçada reparada (mesmo que fique a pedra negra - antiga e suja, mesmo ao lado da nova e resplandecente); relva posta à pressa e regada dia e noite (mesmo com o contentor de telecomunicações da Vodafone a levar com água! não sei se é anfíbio...) e flores, muitas flores de todas as cores e feitios.
  2. Os edifícios novos que vão servir de repartições de finanças, a biblioteca, e outros, estiveram um ano (salvo erro) quase prontos, mas sem serem inaugurados, só para esta reunião! Dá para acreditar numa barbaridade desta em pleno século XXI?!! A biblioteca pública actual, tem cinco PC's com ligação à internet, onde as pessoas se acotovelam para ter direito a utilizar 30 minutos seguídos, e nem sequer tem ligação wifi. É próprio de uma capital de distrito?
  3. As restantes ruas do centro histórico por onde não vão passar os ministros, lindíssimas por sinal, falta fazer o que agora foi feito nas outras. O chão destas ruas está num estado calamitoso. A Rua do Cais, por exemplo, com potencialidades únicas para instalação de bares e restaurantes (e alguns ainda lá resistem, não sei bem como...), está tudo por fazer! A calçada não deve ser arranjada desde o século XVI; a iluminação péssima (quem não conhece não entra na rua, com receio); as esplanadas à noite estão lado a lado com os sacos do lixo que as pessoas colocam na rua; etc; etc; etc. As outras são a Rua do Tourinho; Rua do Antigo Hospital; Rua do Vilarinho; Rua da Gramática - Quase todo o legado mais antigo que a cidade tem, mas que se insiste em esconder das pessoas...
  4. Viana tem muito mais para dar que Senhoras de Agonias (que mesmo essa dava pano para mangas... mas neste momento o assunto é outro). A cidade é unanimemente aclamada por quem a conhece como uma das mais belas de Portugal, porém, a quem a vive diáriamente e conhece outras realidades, custa ver a cidade a ser gerida de uma forma que já não é aceitável nos tempos que passam. Tem de haver mais abertura, e não ter medo de aprender com os outros! As feiras de artesanato e de gastronomia não podem ser feitas timidamente pelas associações de solidariedade, que por muito boa vontade que tenham, não são profissionais, e não fazem mais do que angariar meia dúzia de patacas por 10 ou 11 rissóis que vendem durante a feira.
  5. O corporativismo que reina nesta cidade, nunca teve razão de existir e só acontece actualmente porque alguém permite, e não põe o interesse geral acima de um grupo restrito de pessoas sem ideias e sem qualquer vontade de fazer o que quer que seja.
  6. Não quero dizer com isto que a cidade não tenha tido avanços positivos em algumas áreas. Uma delas, que eu dou os meus sinceros parabéns, é o parque da cidade que julgo que será uma infraestrutura espectacular para a cidade (se bem que o facto de ser pago o acesso, como dizem que vai ser, seja um factor um pouco negativo - É publico, é para todos, e não só para quem pode pagar!). No entanto, uma vez mais os meus parabéns.

Melodias de sempre