quinta-feira, outubro 20, 2005

Enercon estima criar 300 postos de trabalho em Viana do Castelo até 2008

A alemã Enercon estimou hoje a criação de 300 postos de trabalho directos em Viana do Castelo até 2008 com a construção da nova fábrica de aerogeradores na região, num investimento que rondará os 20 milhões de euros.
Esta fábrica portuguesa será a 14ª unidade de produção da Enercon a nível mundial, depois da Suécia, Turquia, Índia, Brasil (duas) e Alemanha (oito distribuídas em dois grandes complexos).De acordo com o director da Enercon Portugal, que falava aos jornalistas na apresentação do projecto, a empresa prevê construir a curto prazo uma unidade fabril em Espanha, mercado actualmente dominado pela concorrente Gamesa.
Segundo Francisco Laranjeira, a construção da fábrica em Portugal será realizada em terrenos concessionados aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, que agora serão subconcessionados à Enercon e integrará duas linhas de produção que produzirão 10 conjuntos de pás (são necessárias três para cada aerogerador) por semana.
As previsões apontam para que a construção da fábrica arranque em Março de 2006 e que esteja concluída em 12 meses, tendo, de acordo com Francisco Laranjeira, o projecto sido já apresentado à Agência Portuguesa para o Investimento (API), que "manifestou uma grande abertura" para o apoiar.
A nova unidade da Enercon vai produzir cerca de 75% dos componentes para o fabrico dos aerogeradores, devendo ainda ser exportada parte dessa produção, adiantou o responsável.
O investimento alemão integrará igualmente a construção de um centro de formação, pesquisa e desenvolvimento, de uma unidade de extracção de sal da água do mar para consumo próprio e de um aerogerador para fornecimento de electricidade à fábrica.
A dimensão da unidade fabril de Viana do Castelo está, contudo, dependente de o consórcio a que a Enercon pertence sair vencedor na corrida à construção do parque eólico de Viana do Castelo, um projecto que representará um investimento de capitais privados estimado em cerca de 1,2 mil milhões de euros.
Os outros consórcios concorrentes já conhecidos são liderados pela Martifer e pela Gamesa.
O governo abriu um concurso para a atribuição de 1500 megawatts de potência de energia eólica, estabelecendo o dia 30 de Janeiro de 2006 como prazo para a apresentação de propostas.