sábado, novembro 13, 2004

Delicatessen

Já foram tempos em que a avenida era centro do bom gosto e bons costumes...
Descendo a nossa avenida da Estação até ao rio, percorrem-me sensações que têm tanto de estranho, como de arrepiantes.
Um sitio que deveria ser um dos centros sociais de Viana, é agora um misto de urbe caótica, com carros, stands ( que tardam a sair do centro da cidade! ), lojas com neons de diabinhos que nos ofuscam de tanto mau gosto, etc, etc...
Como se não bastasse meus senhores, imaginem só que o impensável se realizou: um TALHO!!! em plena avenida!!! Mas que talho este! Com um daqueles bonecos baratos comprado na feira de Tui, sorridente e a anúnciar que hoje o chispe está a preços de outro mundo.
Como se isso não bastasse, colam-se mais papeis nas fachadas, a dizer em letras garrafais que ainda há mais promoções! Afinal a pá de porco e as moelas do brasil concorrem directamente com a gaja nua do sinal proíbido das lojas do diabo!
E o senhor Presidente da Câmara, qual maratonista, que não se cansa de subir e descer a avenida, em constante campanha eleitoral, não vê tamanha aberração?!
Se calhar até gosta... julgando pelos outros atropelos dos últimos tempos ( como o "M" amarelo florescente de uma famosa cadeia de gordura prensada que ofusca a linda corôa da nossa centenária Estação; o antigo Largo de Sta Catarina, transformado num beco, onde os carros das peixeiras apenas passam se estiverem em fila indiana;... e outros que ficarão para próximas oportunidades). Candidata-se de facto a ficar irremediávelmente na história da cidade...
Seria tão bom que algumas pessoas saíssem de vez em quando da "aldeia", para verem alguns exemplos de como devem ser feitas as coisas!
Que disparate ter uma avenida sem carros, com cafés e esplanadas. No centro uns repuxos de água; flores, muitas flores e crianças a dar as primeiras pedaladas na bicicleta que o Pai Natal ofereceu. Não é preciso ir ao estrangeiro para vêr isso! O nosso país, de norte a sul está cheio desses exemplos!!!
Mas se, como agora faz frio, não fôr possível constatar isso lá fora, senhor Presidente: olhe para as ruas Manuel Espregueira e da Bandeira e diga se não são pequenos exemplos do que aqui se fala...
O comércio e as pessoas em geral agradeciam.